Após a assembleia que elegeu os conselhos de Administração e Fiscal da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas para Couro e Calçados (Abrameq) para o biênio 2018/2019, realizada nesta terça-feira (28), o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Gilberto Petry, foi o palestrante no evento que encerrou as comemorações de 25 anos da Abrameq e do Sindicato da Indústria de Máquinas e Implementos Industriais e Agrícolas de Novo Hamburgo e Região (SinmaqSinos).
Petry observou que "também sou fabricante de máquinas e sei bem das dificuldades deste setor, que normalmente é o primeiro a sentir os efeitos das crises e o último a sair". Destacou que 30% dos setores industriais gaúchos já mostram sinais de recuperação, mas o tempo de cada setor é diferente para vencer seus desafios.
Sobre a sua gestão na presidência da FIERGS, sublinhou que "foram apenas quatro meses, mas um tempo de momentos muito importantes, como a modernização da legislação trabalhista, fundamental para o desenvolvimento e a valorização do trabalho". Destacou também o 35º Encontro Econômico Brasil-Alemanha, realizado em novembro e que marcou um novo patamar nas relações empresariais brasileiras com os alemães.
Em relação ao Rio Grande do Sul, reforçou que devemos nos orgulhar da nossa indústria. "Temos empresas, como a Tramontina, que são referências mundiais em seu setor. O setor calçadista, assim como outros, é o mais avançado do Brasil".
Quanto ao setor público, lamentou que "sofremos muito com a sua lentidão, andando em um ritmo muito menor do que as nossas necessidades". Neste sentido, alertou que "temos responsabilidade em relação às eleições de 2018. O resultado terá influência sobre o futuro da atividade empresarial".
Outro alerta do presidente da FIERGS é para questões que afetam a competitividade de quem produz. "A reforma da Previdência é indispensável. Todos queremos viver mais, mas este bônus vem acompanhado de um ônus, que exige atualização das regras", afirmou.
Outra mudança que considera urgente é a reforma tributária, que exige muito diálogo, porque engloba muitos interesses conflitantes. E destacou que é necessário que a carga de tributos seja reduzida. "Enquanto no Brasil ela atinge 40% do PIB, no Chile é de apenas 20%".
Defendeu ainda a tomada de medidas que destravem e reduzam o custo do crédito para a atividade produtiva.
Especificamente quanto ao Rio Grande do Sul, defendeu o fim do Salário Mínimo Estadual e a modernização da infraestrutura.
Ao final, agradeceu aos empresários presentes ao encontro, pela oportunidade de dialogar sobre os desafios enfrentados pelas indústrias, "cuja atividade é decisiva para o desenvolvimento de um país".