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Produção e emprego caem na indústria gaúcha, aponta FIERGS

A Sondagem Industrial do RS de junho, divulgada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) nesta terça-feira (30), mostra um cenário de redução no emprego e na produção. A menor produção influenciou nos estoques de produtos, que permaneceram abaixo do desejado pelas empresas, apesar do aumento na utilização do parque fabril. O índice de evolução da produção industrial registrou 46,9 pontos no mês passado e, abaixo de 50, mostra recuo em relação ao mês anterior. Em maio, a produção havia registrado perdas históricas: 33,8 pontos. “São claras as mostras de que a indústria gaúcha foi bastante impactada pelas enchentes. Os preços da matéria-prima, por exemplo, aumentaram, e as dificuldades de logística e transporte, também. Agora que as águas baixaram, muitas indústrias encontram restrições no acesso ao crédito, fundamental neste momento de recuperação. O setor industrial tem um papel importante na reconstrução que o Estado necessita, representa 24% do PIB do Rio Grande do Sul”, diz o presidente da FIERGS, Claudio Bier.


O emprego também caiu em junho. O índice de evolução do número de empregados ficou abaixo dos 50 pontos, em 47,6. Essa foi a terceira queda consecutiva, similar à esperada para o mês e à apurada em maio (47 pontos).


Em compensação, a indústria gaúcha aumentou a utilização da capacidade instalada (UCI), em junho, para 65%, após operar com pouco mais da metade da capacidade em maio (57%). A combinação de aumento da utilização com redução da produção, embora pareça contraditória, pode estar relacionada à perda de parte da capacidade produtiva das empresas atingidas pelas enchentes. Apesar de menor, a ociosidade na indústria gaúcha continuou elevada em junho, pois a UCI estava 3,6 pontos percentuais abaixo da média histórica do mês. O mesmo contexto é mostrado pelo índice de UCI em relação ao usual, que cresceu 7,5 pontos entre maio e junho, para 40, ficando ainda distante da marca de 50 que separa UCI abaixo e acima do usual.


Com a nova contração da produção, os estoques de produtos finais continuaram, em junho, com níveis menores que o esperado pelas empresas pelo segundo mês consecutivo. Ambos abaixo de 50 pontos, o índice de evolução e o de estoques em relação ao planejado registraram, respectivamente, 46,3 e 47,3 pontos. Indica que a redução da produção no mês não foi provocada apenas por um ajuste à demanda, mas também por restrição à oferta relacionada às enchentes.


TRIMESTRE

Em relação ao segundo trimestre, a Sondagem da FIERGS revela que a elevada carga tributária e a demanda interna insuficiente foram os maiores entraves enfrentados pelas indústrias. Seguidas pelas dificuldades de logística de transporte e pela taxa de câmbio, que ganharam muita relevância entre os principais problemas em decorrência das enchentes e da desvalorização do Real. Mas o percentual de assinalações da carga tributária caiu de 38,6% para 31,9% e o da demanda interna, que vinha na primeira posição desde o primeiro trimestre de 2023, de 40,2% para 31,3%.


Ao mesmo tempo, a logística de transporte e a taxa de câmbio foram os problemas que assumiram o terceiro e quarto lugares no período, após ocuparem, respectivamente, a 15ª e a 13ª posição no trimestre anterior. A dificuldade na logística de transporte registrou o maior percentual desde a inclusão do item no primeiro trimestre de 2015: 28,8% das empresas, 24,4 pontos percentuais acima do trimestre anterior (4,4%) e 1,9 ponto percentual superior ao recorde anterior (26,9%) registrado no segundo trimestre de 2018 com a paralisação dos caminhoneiros.


Para os próximos seis meses, as expectativas da indústria gaúcha melhoraram na pesquisa realizada entre 1º e 9 de julho, com 163 empresas, sendo 33 pequenas, 58 médias e 72 grandes. Porém, os empresários passaram a projetar aumento apenas para a demanda (+4,6 pontos, para 54,5) e para as compras matérias-primas (+4,6 pontos, para 52,5). A perspectiva para o emprego passou de 47,9 para 49,7 pontos no mesmo período, enquanto o índice para as exportações manteve-se no campo negativo, de 48,1 para 48,4. A intenção de investimento da indústria gaúcha, embora permaneça acima da média histórica de 51,4 pontos em julho, diminuiu 1,8 ponto ante junho, para 53,1.


Comunicação FIERGS


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